O livro que o leitor tem em mãos é resultado de um itinerário íngreme que traz consigo não a iminência de uma tempestade ou a ameaça do escorbuto, mas as incertezas e as dificuldades de uma travessia pelo universo letrado dos séculos XVI-XVIII, do qual nos resta ruínas. Epopeias e relatos de naufrágio portugueses buscavam, a época de sua escrita, orientar os leitores ao propor um modelo de súdito capaz de enfrentar e vencer situações adversas, como nas experiências trágico-marítimas, que devem ser compreendidas a partir de uma concepção providencialista da expansão portuguesa. O providencialismo ilumina a experiência trágica, não tratando, portanto, o incidente como fim ruinoso e funesto, mas como um acontecimento penoso acompanhado de uma promessa redentora em meio a um mundo de provações e desventuras. As lágrimas, por exemplo, são entendidas sob uma perspectiva católica contrarreformada, não como um reflexo de pessimismo, mas muitas vezes como a própria manifestação da sabedoria do homem prudente e ajuizado, capaz de perceber as misérias do mundo e, concomitantemente, a graça misericordiosa do perdão divino. Logo, o pranto poderia ser apreendido como tópica de purgação, purificação, penitência. O trágico, no caso, poderia
Peso: | 0,35 kg |
Número de páginas: | 276 |
Ano de edição: | 2018 |
ISBN 10: | 8546215057 |
ISBN 13: | 9788546215058 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 2 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | História Geral |
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